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segunda-feira, 21 de março de 2022

CONTAS DO RECADO ; A mochila do trovador

 

 A  mochila do trovador

Ocorrem reencontros com almas livres, na confusa franja das ruas. Por esse mundo de desvairadas multidões...


Aquele poeta callejero vociferando  aos vadiantes.   A  batucar as   botifarras no pavimento, para ritmar as trovas.  No sobe-e-desce das Ramblas

Continua nos ouvidos do contador desta história

E quando um português, de passagem, lhe prestou atenção, o poeta  estacou, para perguntar o que  fazia o outro  na vida. 

Professor!

Professor?! Logo o  selou  como hermano, com um palmadão nas costas. E vamos ao que interessa!

 Sacou da mochila...  Pois, ali estava! 

Comprando- lhe  um daqueles seus libritos de poemas, ajudá-lo-ia a sobreviver e, como propina, seria até portador de uma especial mensagem para os seus  alunos, em ...? 

 Sintra! 

Negócio fechado!

Quando no regresso à Escola, o viajante prestou contas do recado, ouviu de réplica :

  - Professor, queremos ir consigo a Barcelona! Agradecer a esse  gajo!

Breves são os sonhos....

O Poeta Callejero !

Quantos anos mais teria  tal gajo  andado pelas Ramblas? A bater no chão e a tirar sustento  da mochila? 

E dos então jovens de Sintra, alguém se lembrará, hoje, da sua mensagem de  Paz, Esperança e Fraternia? 

Não importa se esqueceram o mensageiro. 

Sintra, 21-3-2022

2 comentários:

  1. Que pena não ter sido tua aluna, Mestre. Belos encontros.
    Obrigada pela frescura impressionista.

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  2. Aqui não ha ha lugar para mestres.... O segredo é como dizem os entendidos, "tomar tento e assento!". O que não é fácil.
    É tarde para me concentrar nestas fantasias, porém não vós quero dar lixo.
    Aceito protestos. Agradeço até.
    Abraço , Marilisa.
    PS: há para aí umas linhas, escritas nem sei quando, que talvez gostes de ler. Aguarda envio.

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