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sábado, 15 de abril de 2023


I

 A sombra no muro 

Na clareza da cal

Abrindo a manhã 

Procura a sombra 

O repouso final

Com as dormideiras

Pétalas...

Indiferente ao outro

Lado do muro

Rio de Mouro, 15 abril 2023

II

Papoilas vadias

Desta vez, o fotógrafo não estava lá! Garantidamente . 

Assim ele respondeu, quando uma das amigas alertou para a possível confusão entre uma papoila bravia e um narciso .

Já a outra amiga deu de barato no muro,  branco e ameaçado pelo matagal da rua.

Para enaltecer a resiliência das últimas papoilas urbanas :

Afirmam-se no matagal primaveril do desleixo autárquico. Competindo com o volteio dos plásticos e o abandono dos excrementos caninos.  São heróicas!

Heroínas! Arriscaria inquieto o fotógrafo.

Sabe que os cantoneiros vão aparecer com a guilhotina de nylon .

Só não sabe  e dia e hora.  Isso ninguém sabe !...




1 comentário:

  1. O que admiro nas papoilas é esta "indiferença" ao lugar onde nascem, crescem e morrem. Nos lugares mais incríveis elas surgem, na berma da estrada, no meio de um de um passeio, onde bem lhes apetece. Que bonita a sua fotografia, Joaquim. E o seu poema. Belo como as papoilas na sombra.

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