Como última homenagem à Avó, a nossa M. pôs no Flickr uma receita de doçaria. Caligrafia azul, esforçado equilíbrio entre linhas de caderno escolar. Os precisos do bolinho. Gotas, gramas, colheres, chávenas, truques na mistura e levedação. Mais os tempos de forno.
Então não é que me deu para ler nesta lição da Avó toda a obra de um qualquer grande filósofo. Porque estes ousam partilhar a receita da vida, depois de lhe estimar os ingredientes?
Não. Apenas pela última frase da folhinha :"Ispero que me compreendas."
E saboreies os dias, arescentei eu. Bem vistas as coisas, isto não tem grande saber, não é, Avó?
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
domingo, 16 de agosto de 2009
sábado, 15 de agosto de 2009
segunda-feira, 20 de julho de 2009
A Lua há 40 anos
Mesmo assim, lá rabisquei duas tretas de confiança, num caderno que me havia de acompanhar, no Outono, pelas colinas de Mafra. Se os cosmonautas desciam num Mar de Tranquilidade, para breve estaria a utópica paz e abundãncia por esses continentes terrestres. E foi o que se viu.
Que dizer quando o meu filho André, ainda não nascido naquele Julho, bloga pela efeméride?
Falta prosseguir a viagem pelo Mar da Dignidade.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Lisboa Vegetal
sábado, 30 de maio de 2009
Dúvida e vaidade
Envelhecer pode tornar-se um atalho para o cartesianismo. Se se levar a sério a breve consideração de J. M. Coetzee, no seu último Diary of a bad year. Será que os meus joelhos aguentam tal flexão, neste caminho sem bengala? Deixa lá ficar os 50 cents na calçada, que a cidade cresce em desabrigo. E desabrigados.
Pelas fragilidades iniludíveis do corpo se aceita a dúvida. E até a dívida. Já paguei para este Carnaval, minha amiga.No final, só nos resta a alternativa pirrónica.
Hoje acrescento, à ideia do escritor sul-africano, a declaração introdutória da autobiografia de David Hume:
"It is difficult for a man to speak long of himself without vanity".
Tenho-me incomodado nos últimos tempos com o papel erosivo da vaidade. Como educador público, espero não ter deixado a imagem de um grande vaidoso. Engano? O que hei-de fazer?Agora é tarde.
No entanto, reconheço as oportunidades perdidas, na sala de aula, para dissecarmos a quimera que tanto atormentava João Crisóstomo: "Ó vaidade das vaidades..." Já lá vai a primavera ufana em que eu sabia escrever isto em grego.
E agora me calo, para não dar razão ao Hume. Tanto mais que estou a tomar o gosto pela vaidade da blogoesfera .