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domingo, 23 de agosto de 2009

Um clube de Fidalgos

Nem sempre compro o mesmo jornal ao domingo . Passo por entre os conversadores habituais do Quiosque. Com licença! Puxo o... Estará completo?
Para veres as mamas? Desculpe? Pensei que estava a falar aqui com este amigo. Estaria. Encolhi os ombros, não faz mal e entreguei a nota. Para pagar o Correio da Manhã... Ainda olhei para o lado, caso fosse necessário prestar algum esclarecimento sobre os motivos que me levavam a pedir esta folha. Já ninguém dava por mim.

Retomavam a refrega. Aquele treinador está de rastos é o qu'eu vos digo! Não seria o treinador, antes a falta de chutadores. Ou as perseguições da arbitragem... Diziam outros. A Direcção quer fazer ovos sem omeletes. Ò contrário, pá. Pois, omeletes sem os ditos.

E um senhor em silêncio. Um senhor entenda-se, não a gentinha usada e suada que passa o dia no paleio seboso com o dono do Quiosque. Intervala com meias taças de tintòbranco , isto é, mais corda à língua. Alto, desempenado para a idade, domingueiro de bom corte. Drama. Elegeu-me para lhe escutar o desabafo: E pensar que aquele clube foi fundado por fidalgos. Sublinhou, Sim, fidalgos portugueses. É um descalabro. Só visto.
Lá isso.... Calei-me, nada petisco de futebol. E sobretudo cheguei a uma quartel da vida em que já não me posso ouvir falar por falar. Embora me tenha apetecido replicar: E o nosso Portugalzinho, também não foi fundado por um fidalgo? E veja-se lá como a coisa vai. Ponto final.

Tu já vist' isto? Topas este velhadas, sim o gajo é da nossa idade? Os do futebol regalavam-se com a foto da capa do suplemento, que ficara a descoberto ao retirar o meu jornal.

António Lobo Antunes de lábios colados a uma jovem
de trinta de trinta anos. Paixão de aeroporto.

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